quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Arquivologia no Brasil

Breve história do curso de Arquivologia no Brasil


A pesquisa documental mostra que desde 1911 já existiam preocupações quanto à criação de cursos que capacitassem profissionais para o tratamento especializado de documentos comuns a bibliotecas, arquivos e museus. Iniciativas da Biblioteca Nacional (BN) e do Museu Histórico Nacional (MHN), na década de 1920, foram no mesmo sentido, embora sem sucesso.

Na década de 1950, tendo o seu desenvolvimento internacional tributário à II Guerra Mundial, a Arquivística no Brasil ainda não contava com um curso específico para o tratamento e organização de arquivos. Nessa década, os funcionários do Arquivo Nacional (NA) participavam de cursos eventualmente promovidos por outras instituições. Diante dessa situação, o então Diretor do AN solicita, à Embaixada da França, a colaboração de um arquivista francês para ministrar conferências sobre a organização dos arquivos franceses, que eram referência mundial à época. Então, em 1959, vem ao Brasil o professor francês Henri Boullier de Branche, que ministra dois Cursos de Aperfeiçoamento de Arquivo para os servidores do AN (em 1959 e em 1960), além de um treinamento intensivo no primeiro semestre de 1960. Nesse mesmo ano o Curso Permanente de Arquivos (CPA) começa a funcionar no AN, ou seja, fora do espaço universitário, como o primeiro curso regular voltado para a formação de pessoal especializado no tratamento e organização de acervos arquivísticos.

Ratificando esse interesse nacional pelos arquivos, em 1972, o Conselho Federal de Educação (CFE) autoriza a criação de cursos de Arquivologia em nível superior. Cumprindo a recomendação do I Congresso Brasileiro de Arquivologia (CBA), quanto à definição de um currículo mínimo para esses cursos, a Associação dos Arquivistas Brasileiros (AAB) encaminha, ao CFE, um projeto de currículo – Câmara de Ensino Superior, Processo n.1845/72 (BOTTINO, 1994, p. 14). No mesmo ano, é aprovado o Parecer n. 249/72 da Câmara de Ensino de 1º e 2º graus, que reconhece a Arquivística como habilitação profissional no Ensino de 2º grau, (08 de março de 1972).

No ano seguinte, é firmado um acordo regulando o mandato universitário, concedido pelo Conselho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao CPA (28 de setembro de 1973).

No início de 1974, é firmado um convênio entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o AN, para cooperação conjunta das duas entidades em matéria arquivística e de pesquisa histórica, com a divulgação, por ambas, dos resultados obtidos nesses campos (ARQUIVO NACIONAL, 1974, p. 4-5).

Assim, é formada uma comissão composta por representantes do AN, do Ministério da Justiça, do Ministério da Educação e Cultura (MEC) e da Federação das Escolas Federais Isoladas da Guanabara (FEFIEG), visando a transferir o CPA para o âmbito do MEC, como unidade filiada à FEFIEG (ARQUIVO NACIONAL, 1976, p. 55).

Em seguida, por meio da Portaria n. 5, de 15 de março de 1976, o AN aprova o quadro de professores do seu Curso Permanente e dos seus Cursos Avulsos (ARQUIVO NACIONAL, 1976, p. 27).

Em março de 1977 o CPA é transferido para a Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ), atual UNIRIO, com a denominação de Curso de Arquivologia, de acordo com o Decreto n. 79.329, de 02 de março de 1977 e termo de convênio assinado pelo diretor do AN, pelo presidente da FEFIERJ e pelos decanos do Centro de Ciências da Saúde e do Centro de Ciências Humanas, dessa Universidade (ARQUIVO NACIONAL, 1977, p. 29-31). A integração do CPA ao Centro de Ciências Humanas da FEFIERJ, com a nomeação de professores, pelo seu presidente, dá-se pela Portaria n. 141, de 31 de março de 1977 (ARQUIVO NACIONAL, 1977, p. 37-38).

Com essa transferência, o CPA, que funcionava no AN desde 1960 e já reconhecido como curso superior, passa, oficialmente, a funcionar no espaço universitário, ainda no mesmo ano, ou seja, em 1977.

Depois de mais de sessenta anos da primeira iniciativa registrada quanto à criação de um curso para a capacitação de arquivistas e de tantos esforços, enfim, a Arquivística conquista seu espaço na Universidade. O Curso de Arquivologia da UNIRIO é, então, o primeiro a ser realizado na Academia.


A expansão da Arquivologia no Brasil


Atualmente, o Brasil possui cerca de dezesseis cursos superiores de Arquivologia, conforme relação, abaixo, organizada em ordem crescente de ano de implantação:

1. UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro: desde 1973;

2. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria: desde 1976;

3. UFF - Universidade Federal Fluminense: desde 1978;

4. UNB - Universidade de Brasília: desde 1990;

5. UEL - Universidade Estadual de Londrina: desde 1997;

6. UFBA - Universidade Federal da Bahia: desde 1997;

7. UFES - Universidade Federal do Espírito Santo: desde 1999;

8. UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul: desde 1999;

9. UNESP - Universidade Estadual Paulista: desde 2003;

10.UEPB - Universidade Estadual da Paraíba: desde 2006;

11.UFPB - Universidade Federal da Paraíba: desde 2008;

12.FURG - Universidade Federal do Rio Grande: desde 2008;

13.UFAM - Universidade Federal do Amazonas: desde 2008;

14.UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais: desde 2008;

15.UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina: desde 2009;

16.UFPA - Universidade Federal do Pará: desde 2012.

Através desta breve pesquisa sobre a Arquivologia, podemos constatar que, a década de 1970 foi decisiva para o seu desenvolvimento: além da autorização, pelo CFE, da criação dos Cursos de Arquivologia em nível superior (CASTRO, 1979; ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS, 1978); a organização, pela Associação dos Arquivistas Brasileiros (ASSOCIAÇÃO DOS ARQUIVISTAS BRASILEIROS), do I Congresso Brasileiro de Arquivologia (CBA), no qual é apresentado    um projeto de currículo para os primeiros cursos de graduação em Arquivologia no Brasil (CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 1979); o reconhecimento da profissão de arquivista e de técnico de arquivo, a transferência do CPA para a UNIRIO e a implantação de mais dois cursos de graduação em Arquivologia – o da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A transferência do CPA para a universidade é um dos marcos decisivo nessa trajetória, representando, para a Arquivística, a conquista de espaço no meio acadêmico.


REFERÊNCIAS

ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Mensário do Arquivo Nacional, ano V, v. 2, Rio de Janeiro, p. 4-5, fev. 1974.

_______________________. Mensário do Arquivo Nacional, ano VII, v. 2, Rio de Janeiro, p. 27; 55, fev. 1976.

_______________________. Mensário do Arquivo Nacional, ano VIII, v. 6, Rio de Janeiro, p. 29 -31; 37-38, jul. 1977.

BOTTINO, Mariza. Panorama dos cursos de Arquivologia no Brasil: graduação e pós-graduação. Arquivo & Administração, v. 15, nº 23, p. 14, 1994.
CASTRO, Astréa de Moraes. A formação e a profissão do arquivista no Brasil. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, I. Associação dos Arquivisitas

Brasileiros. 1972, Rio de Janeiro, RJ. Anais... Brasília, 1979.

CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, I. Associação dos Arquivistas

Brasileiros. 1972, Rio de Janeiro, RJ. Anais...Brasília, 1979.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA. Disponível em: <http://www.uepb.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=74&Itemid=57>. Acesso em 27 mar. 2013.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Disponível em: <

http://www2.unirio.br/unirio/cchs/arquivologia/a-escola>. Acesso em 31 mar. 2013.

Fonte: http://mundoarquivista.blogspot.com.br/2013/03/breve-historia-do-curso-de-arquivologia_31.html?m=1

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Um pouco de História


Ao longo dos tempos, os arquivos se encontraram nos mais diferentes suportes, desde as paredes das cavernas, as tábuas de argila, do papiro, do papel e entre outros. Hoje a variedade dos suportes é enorme, e por sua vez os conteúdos inseridos nestes também se tornaram bastante variados.
Os arquivos constituem desde sempre a memória das instituições, das pessoas, de um povo e de uma nação. Vários estudiosos defendem a tese que os arquivos se iniciaram ha 6 mil anos a.C. através das primeiras civilizações desenvolvidas às margens dos rios Tigre e Eufrates, mais precisamente em região denominada Mesopotâmia. Mas, esses autores acabam por esquecer-se do homem pré - histórico que registrava seu cotidiano no interior das grutas e cavernas, em forma de desenhos e pinturas.
Esses registros podem sim ser considerados arquivos, por narrarem à história de homens já extintos, sua cultura e seus costumes. Arquivos não significam apenas um pedaço de papel escrito, e sim tudo que representa a existência de um povo ou conta a história de acontecimento.

Fonte: http://www.webartigos.com/artigos/a-evolucao-do-arquivo-e-da-arquivologia-na-perspectiva-da-historia/33326/

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

E o Arquivista, o que faz?



Um arquivista é alguém que pode trabalhar em organizações governamentais, arquivos públicos ou privados, instituições de ensino superior e em associações filantrópicas. Pode encontrar informação útil quer em documentos escritos, como cartas, mas também em gravações, vídeos, fotos e em outros suportes.
As suas principais funções são as seguintes:
  • Pesquisar e recolher informação considerada pertinente;
  • Organizar e classificar os documentos;
  • Conservar e preservar os artefatos;
  • Facilitar o acesso à informação arquivada.
O arquivista precisa de ter boas capacidades de pesquisa e deve estar atento aos pormenores, pois desenvolve um trabalho de minúcia, rigor e paciência.
Fonte: https://explicatudo.com/o-que-faz-um-arquivista

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O que é um Arquivo?

Você já sabe mas, vamos tentar dar mais valor a essa palavra?


A Associação de Arquivistas Brasileiros adota a seguinte definição: “Arquivo é o conjunto de documentos que, independentemente da natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação ao longo das atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas”.

Os conjuntos de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de pesquisa e de relatórios de atividades, mais os conjuntos de dossiês de empregados, prontuários médicos, de boletins de notas, de fotografias etc., constituem-se o Arquivo de uma Unidade por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas atividades.

Arquivo também pode ser definido como a entidade ou órgão administrativo responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos arquivos sob sua jurisdição.

Fonte: http://www.artigos.com/artigos/tutoriais/o-que-e-um-arquivo?-5343/artigo/#.VGaV6abXoxA